terça-feira, 11 de setembro de 2012

Da cruz à espada

Só posso lastimar a saída de Cristovão Borges do Vasco. Uma pena. Por um instante até pensei que poderíamos ter uma sequência de trabalho extensa em um dos quatro grandes times cariocas. Mas não deu. A pressão da torcida não é mole e o auxílio da diretoria é pouco, esta não aguentou apoiá-lo por tanto tempo e preferiu uma covarde omissão, ou um fingido apoio, depois desse último resultado. O 4 a 0 que o time sofreu do Bahia.

E, de novo, que pena que não deu. Pois os recentes resultados oscilantes do time não são culpa sua. Se deram apesar dele. Um Vasco desfeito, perdeu nesse ano pelo menos quatro jogadores essenciais, cujo time demoraria para embalar novamente mesmo que os reforços estivessem à altura das peças vendidas - e que nem de longe estão -, mesmo assim mantido num G4 de um campeonato disputadíssimo. Principalmente a partir do segundo turno.

Muitas ressalvas ainda poderiam ser feitas ao seu trabalho, no que tange a alguns erros de escalação, porém diversos outros problemas contornados por ele também poderiam ser apontados, como o difícil temperamento de alguns jogadores. O que nos leva a seguinte conclusão: o Vasco passa por problemas que (quase) todos os clubes passam e tinha um técnico que os manejava com habilidade e elegância. Agora não tem mais. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O que se conta sobre o Imperador:


1- que nasceu sob a égide de um signo formidável;

2- que suas passadas imprimem o tamanho de seu reino e que seus olhos cobiçam tudo no qual repousam;

3- que, portanto, seu reino nunca atinge o tamanho de sua vontade e isso o aflige, o descontrola;

4- que infinitos epítetos adornam as histórias contadas por seus súditos nos mais diversos cantões do império;

5- que enquanto no arquiducado milanês foi herói, o povo rioplatense o rememora com temor e seu nome não é
pronunciado após o horário de trevas;

6- que seu sumiço foi adornado por rumores de que ele reascenderia, porém o ocorrido foi o contrário e pouco se viu
do Imperador nos idos recentes;

7- que, entretanto, o povo da Gávea continua crendo na sua volta.

Enfim, tudo que poderia ser dito já foi repetido à exaustão. Ele mesmo não parece tão entusiasmado, mas vai saber...



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A lacuna entre seis e meia dúzia


É sempre atraente observar o momento em que os deuses interferem na vida dos homens, interferem no caos por eles relegado, interferem por seus motivos mundanos. E foi a esse mundo terreno-gramado ao qual o Zeus José Maria Marin compareceu, condenando ao Hades o auxiliar Emerson de Carvalho por seus equívocos na malfada batalha de Belmiro.

Se para alguns a interferência onipotente significa castigo, para outros é um prodígio. Para mim é prenúncio, é mistério. O toque divino jamais se encerra nele mesmo ou em suas consequências; ele é sempre um entreato, ou um aviso, ou uma preparação. Em todo o caso, a nós, mortais, resta somente especular quanto a atitude do deus, posto que são poucos os recursos práticos que nos restam ante à situação.  

O que esperar após a exemplar punição ao auxiliar Emerson de Carvalho? Aos perpetradores de erros futuros, caso tão crassos quanto o referido, serão aplicadas penas semelhantes? Seria o caso atual especial? E se for, qual a singularidade que ele apresenta: os envolvidos - um deles já muito invejado por seus pares pelo suposto favorecimento que os deuses lhe concedem -, o momento político - no qual o novo Zeus reconfigura seu Olimpo -, a busca pelo amor dos mortais - que há muito desconfiam de suas entidades e por elas não mais acendem velas -?

Veremos nas situações vindouras as lacunas que a CBF entende existir entre seis e meia dúzia, porque seria muito interessante sabermos se esse rigor se aplica, por exemplo, ao campeonato da série B, se ele é inauguração de um padrão que se espera daqui por diante, se ele virá acompanhado de medidas que auxiliem a arbitragem.


Reconhecimento do gramado

Um espaço para falar de futebol e do que sobrar.